MEDO - Parte 2

MEDO – PARTE 2

“A coragem não é a ausência do medo; é a persistência APESAR do medo”

Desconhecido

Nos primeiros encontros com meu Psiquiatra fizemos um acordo, pois eu não queria tomar medicação de uso contínuo e iríamos tentar sem, para isso eu precisava fazer exercícios físicos no mínimo 2 vezes por semana, pois meu cérebro receberia serotonina e isso ajudaria na diminuição da ansiedade assim como deveria buscar exercícios de respiração.

Achei um bom acordo, apesar de pessoalmente eu odiar exercícios físicos, academia e ser muito agitada, o que não ajudaria muito no segundo item eu confesso...os exercícios de respiração.

Nunca tive problemas em ser gorda, sempre gostei mais de mim do que o fato de estar “gorda” ou “magra”. Este aspecto não me definia. Mas definitivamente, o medo de morrer falava mais alto. Então eu fui...fui com medo, mas fui!

Iniciei o tratamento para o diabetes, com medição injetável diariamente, busquei uma Personal Trainer para me ajudar nos treinos de natação e iniciei os treinos duas vezes por semana, pra começo de conversa. Na primeira aula, minha Personal, a Taiane, pergunta se eu não gostaria de alternar com aulas de Ginástica Funcional e a minha resposta não poderia ter sido outra: “eu odeio funcional”. Comecei a treinar na piscina e confesso que me fez tão bem fisicamente e mentalmente que não conseguia ficar sem o treino. Minha respiração ainda estava muito difícil em função do comprometimento pulmonar que tive durante a COVID-19, mas isso não me fez parar. Senti que o medo estava me mobilizando ao invés de me paralisar e perceber isso também me fez bem.

Bandeira Preta em Porto Alegre. Piscinas, academias, parques, áreas comuns do condomínio fechadas por tempo indeterminado. Comecei a entrar num processo de culpa e medo novamente...aliás, o medo sempre está comigo, hoje ele faz parte de mim. Aos poucos fomos nos conhecendo, eu estou tentando dar as ordens por aqui. Hoje convivemos de forma tranquila.

Minha Personal sugere novamente a ginástica funcional porque eu poderia fazer na sala da minha casa. Achei uma boa ideia tentar, muito mais pelo medo de não fazer nada naquele período e meu corpo e minha mente entrarem em colapso novamente.

Comecei a funcional duas vezes por semana e durou duas semanas...não, eu não desisti, eu me apaixonei e logo passei a fazer três vezes por semana de funcional e no final de semana algumas caminhadas no condomínio para respirar um pouco do ar do mato que faz parte de lá. Isso aconteceu em março deste ano.

Senti que minha resposta ao medo foi acolher o sentimento, aceitá-lo e trabalhar cada vez mais a autocompaixão, algo que aprendi ouvindo o podcast “Autoconsciente” da Coach Regina Gianetti.